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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Charme e Imponência da Rua Barão de Itapetininga - Ilka Andrade

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Viaduto do Chá - bonde sendo puxado por semoventes.

Charme e Imponência da Rua Barão de Itapetininga
Ilka Andrade


Joaquim José dos Santos Silva, fazendeiro de sucesso, capitalista, deputado de Sao Paulo em 1842 recebeu o titulo de Barão de Itapetininga por direito imperial de D.Pedro ll. 

Sua propriedade mais celebre era Mate no "Morro do Chá" delineado pelo Vale do Anhangabau  e República. Foi desapropriado em 1875. Barão morreu com 77 anos em  1876. Sua casa na Libero Badaro  foi demolida para o início do Viaduto do Chá.

Mais tarde, mais ou menos 1920 a Rua Barão de Itapetininga  estava no auge da sociedade, era o charme da imponência e das paqueras.
Guardo na memória a casa onde havia cursos de culinária ministrado pela professora Gioconda de nascionalidade italiana formada em Cot’Dazur. Ela ensinava pratos inusitados até hoje elogiados,  usava galhos de alecrim, flores de lavanda,  azeites espessos aromaticos, muito tomates e vinho, dando um aroma provençal ao alimento. O curso era chamado conforto na cozinha

Lá aprendi  varios pratos: Bife Bourgnon, molhos e sorvetes de lavanda com xarope de mel. Sucesso! 

As aulas eram ministradas todas as quintas-feiras das 18 hs as 20:30hs. Para complemento das quintas-feiras íamos tomar um café, acompanhado de música ao vivo de violino na Confeitaria Vienense, situada no primeiro andar do  Edifício da Paz na Barão de Itapetininga 262, onde foi construido em 1913 um elevador com portas  pantográficas que pouco funcionava. Em estilo Art'deco a Vienense era famosa pelas reuniões intelectuais. Frequentadores da alta sociedade. O edifício abrigou o escritório de Guilherme de Almeida “0 principe dos poetas”,   frequentado por intelectuais da época.

A Rua Barão de Itapetininga enriqueceu São Paulo foi ícone da elite paulistana!

Saudades...



A vida é igual a roda gigante - Ilka Andrade


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A vida é igual a roda gigante
Ilka Andrade

A estudante Olga, garota não gorda nem feia, ao ir a escola diariamente passa em frente a um parque de diversões “Parque Shangai” no centro da cidade. No portão de entrada tem uma boneca de pano, não pequena e nem magra, do tamanho gigante, rindo alto e se sacudindo sem parar: “Sou Olinda Tremebunda Shangai, convido a todos para conhecer nosso parque.”.

Olga pediu aos pais que a levassem ao parque, eles prometeram se ela melhorasse as notas, ela concordou. E, no mês seguinte compriram o prometido.

 Ao chegar pertinho de Olinda, a menina ficou assustada, estagnada, paralisada à porta com os olhos arregalados. Olinda disse:  Boa tarde Shangai , seu pai a chamou.

— Vamos, Olga, escolha um brinquedo.

Ela escolheu o mais próximo, o espelho mágico. Ao se olhar ria muito porque sua boca estava na testa, seu nariz no lugar da boca e seus olhos no lugar de nariz, estava completamente diferente ficou inusitavél. Ao sair sua mãe comentou: Como Deus fez o Homem tão perfeito!

O segundo brinquedo foi o bicho da seda. Sentou-se no carrilhão que circulava fechava e abria a capota,  emocionante.

Ja anoitecendo foram para roda gigante, fascinada pelas luzes coloridas, pela altura com uma vista panorâmica de tirar o fôlego, tinha um frio na barriga. Ela estava mais próxima ao céu, via as estrelas como gotas de cristal e outras com formato de diamantes, Olga sentiu-se muito feliz.

Na volta para casa seu pai proferiu: A vida é igual a roda gigante, cheia de altos e baixos de quedas e subidas medos e esperanças, lágrimas e sorrisos, angústias e encantamento. A vida não é diferente para todos, o que fica são os momentos felizes e estarmos vivos!

Permitem a Banda dos anos 80 Biquini Cavadão:


“Só queria amor de grande paixão ser como criança no parque de diversão, aquele amor que em menos de um instante faz a vida girar numa roda gigante...”.

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