A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

FIGURAS DE LINGUAGEM - TABELA DE CONSULTA RÁPIDA

Tabelinha de consulta rápida: FIGURAS DE LINGUAGEM

FIGURAS DE PALAVRAS
FIGURAS DE PENSAMENTOS
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO
Comparação:
Elementos ligados por conectivos comparativos explícitos. Ex.: Correu como um guepardo assustado.
Antítese:
Dois termos que contrastam entre si. Ex.: Ela guarda um coração grande em alma pequena.
Anáfora:
Repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. Ex.: Ontem foi o último dia que a vi. Ontem jamais esquecerei.
Metáfora:
Comparação implícita entre dois elementos. Ex.: Seu olhar é um céu a me espreitar.
Ironia:
Dizer o contrário do que se pretende para ironiza-lo. Ex.:  A boazinha Dona Maria era  especialista em judiar dos pequenos.
Pleonasmo:
Redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. Ex.: Subi a subida um picar de olhos!
Metonímia:
Uma analogia por sentidos próximos, relativos. A parte pelo todo. Ex.: Os cabelos brancos chegaram cedo = (a velhice).
Apostrofe:
Chamamento enfático a alguém (ou alguma coisa personificada).  Ex.: Senhor, não me abandone!
Elipse:
Omissão de um termo da frase que não foi enunciado anteriormente. Ex.: Na casa, nenhum sinal de vida. (Omissão do verbo haver)
Catacrese:
Quando por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo.  Ex.: Quebrei o braço do sofá!
Eufemismo:
União de ideias contraditórias. Ex.: Quanto mais trabalha, mais pobre fica.
Zeugma:
Variedade de elipse; omissão de termo anteriormente expresso. Ex.: O inocente foi preso, o culpado solto.
 Sinestesia:
Mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Ex.:  Era muito áspero o doce de seus olhos.
Hipérbole:
Exagerar uma ideia com finalidade enfática. Ex.:  Estou morrendo de medo!
Assindeto:
Falta de conjunção entre elementos coordenados. Ex.: Estava pálido, gelado, atrapalhado.
 Onomatopeia:
Imitar um som com um fonema ou palavra: Ruídos, gritos etc. Ex.: Ratatatá disparou  a metralhadora fria.
Prosopopeia:
Atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. Ex.: O jardim dorme há anos.
Anacoluto:
Deixar um termo solto na frase. Ex.: O mundo, as leis precisam ser mais rígidas.

Por: Ana Maria Maruggi

A VIDA POR UM FIO - Henrique Schnaider


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A VIDA POR UM FIO
Henrique Schnaider

João nasceu de uma família abastada,  teve uma infância muito feliz, sempre cercado pelo carinho de seus familiares.

Seu pai Artur, era um senhor de figura austera, raramente era carinhoso ou brincava, chegando a causar no menino certo receio, tanto que o garoto evitava muito contato.

Mas, João tinha a proteção de um ente misterioso que ele não sabia quem era, de quem o menino tornou-se muito próximo, que  lhe sussurrava coisas quando ia dormir. O garoto não sabia se isso era apenas parte de seus sonhos.  Com o correr dos anos, por inúmeras vezes sentiu a presença daquele espirito, principalmente quando estava passando por alguma situação de perigo ou medo.  

A vida de João transcorreu sempre lutando com muitas dificuldades junto com a família de classe média baixa, até conseguir formar-se em Engenharia, o que melhorou seu padrão de vida. Casou-se com Cristina, com quem formou uma bela família, com dois filhos.

Trabalhava muito para manter o padrão de vida das crianças. As obras eram sempre em cidades periféricas e a rodovia passou a ser sua grande companheira de trabalho.  Até que uma tarde, voltando para casa, João sofreu um terrível desastre. Seu automóvel capotou e ele foi lançado distante. Imediatamente, foi socorrido,  levado para o hospital, onde se submeteu a  uma cirurgia de emergência.

Naquele estado de dormência anestésica, enquanto era operado, não lhe parecia que o fim estivesse ali, algo o mantinha atado à vida. Percebeu a presença de um homem dando-lhe a mão, carinhosamente. De onde estava visualizava os médicos em franco trabalho de salvar-lhe. Sentiu um misto de assombro e curiosidade, estava fora de seu corpo.   

Olhou para aquele senhor de cara bondosa que sorrindo lhe disse: “Lembra-se daquela vez que você quase se afogou, eu estava lá. E quando você quebrou a perna jogando futebol tive que ajuda-lo de novo. Sou seu anjo da guarda e estou aqui mais uma vez para socorrê-lo, já que ainda não é sua hora de partir, portanto volte ao seu corpo que logo mais irá acordar são e salvo”.

João acordou com previu seu anjo da guarda e logo se lembrou da conversa que tivera com ele, sentindo-se tranquilo e confiante, pois sabia que sobreviveria. 

A partir daí o rapaz, sentia-se ainda mais confiante, sabendo que seu anjo, que o acompanhou por toda a vida, sempre estaria ao seu lado.



UM TREM COM ALMA - Henrique Schnaider


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UM TREM COM ALMA
Henrique Schnaider

Foguinho era um trem que possuía alma e falava,  sempre lembrando das histórias que seus passageiros contavam.

Sorriu lembrando-se do dia em que percebeu que Laura estava olhando fixamente pela janela, notou-lhe o semblante de desespero,  logo deduziu o pior, ela estava a ponto de um suicídio Isso já havia acontecido antes e Foguinho sabia bem como era. Diminuiu a velocidade ao extremo, rastejava pelos trilhos dando à Laura tempo de arrepender-se. E foi que aconteceu. Laura voltou para a cabine  arrependida da intenção tresloucada. Foguinho ria orgulhoso do que fizera salvando-lhe vida.

Foguinho estava entrando na estação, cautelosamente, até que finalmente parou certinho na plataforma de embarque dos passageiros. Ele era bom demais nestas manobras ao parar nas estações. Resfolegando todo e observando com curiosidade as pessoas que embarcavam.

Lá vinha um casal muito simpático, acompanhado dos três filho, na maior alegria já que iriam passar férias na fazenda que pertencia à família por mais de dois séculos, propriedade que lhes proporcionava muitas alegrias, muito lazer e muitas comidas gostosas.

Foguinho ouvia deliciado o filho do casal que queria andar a cavalo, pescar e comer as deliciosas comidas e os maravilhosos doces caseiros que a  Antônia fazia para eles com enorme prazer. Ah, pensava Foguinho, quem me dera tirar umas férias também, ir para oficina e entrar numa reforma completa.

De repente o trem surpreso, observou dois policiais trazendo um preso algemado. Ouviu quando um dos policiais disse ao preso que soubesse se comportar, enquanto estivessem viajando no trem, pois se fizesse algo errado sua pena de detenção aumentaria. Foguinho pensou e disse a si mesmo “acho que hoje teremos confusão”.

La vinha um grupo de escoteiros alegres, porém muito disciplinados. Ia para as montanhas acampar em treinamento de sobrevivência e Foguinho pensou como seria bom se ele pudesse acompanhá-los e se divertir junto com a garotada.

O trem deu um apito agudo e com todos a bordo, partiu vagarosamente levando todas aquelas histórias para o seu destino e sentiu-se muito orgulhoso, já que seria ele quem os levaria aos seus destinos.

Depois de alguns dias enquanto Foguinho já trazia de volta aquela família que foi para a fazenda,  ouvia encantado as conversas sobre todas as aventuras que aconteceram por lá.

Foguinho olhou na segunda cabine e lá estavam os dois guardas que levaram dias antes o preso algemado,  e pela conversa dos dois as coisas ocorreram na mais absoluta tranquilidade.

O trem ficou na maior alegria quando viu o grupo de escoteiros retornando das montanhas, chefiados pelo senhor Alberto, pelas conversas muito animadas, Foguinho entendeu que as aventuras foram muitas.


O velho trem pensou o quanto era feliz carregando seus passageiros e ouvindo tantas histórias de vida.

FINALMENTE O PARAÍSO - Do Carmo

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FINALMENTE O PARAÍSO
Do Carmo


Em uma das ilhas do arquipélago de Faroé, em paradisíaca praia da vila Gasadalur, território da Dinamarca, Ricardo, jovem turista apaixonado por fotografias, passa por uma inusitada experiência jamais imaginada e principalmente acontecendo em sua solitária e primeira viagem de turismo.

Deslumbrado pela paisagem de exuberante beleza, com variada topografia de montanhas cobertas de flores coloridas, tal qual um caleidoscópio, abismos terminando com um mar agressivo de esmeralda, quedas d’água e morosos riachos cortando campinas, Ricardo fotografava compulsivamente.

De súbito, surpreende-se ao avistar um pequeno casario, composto de cinco casebres. Aproxima-se e constata que todas estão abandonadas há anos, elas têm espessa cobertura de areia trazida pelo vento marinho.

Ricardo empolgado fotografa-as de vários ângulos, e ao passar por uma delas, ouve um grunhido entre animalesco e humano.  

Cautelosamente, aproxima-se da choupana e notando a porta apenas encostada, empurra-a e, oh! Assusta-se com o que vê.

 Meu Deus! Será que estou tendo uma visão diabólica? Que lugar fétido, mal iluminado, como vive essa criatura! 

Em pé, de braços esticados, vê um ser, misto de humano e animal, sujo, com barba e cabelos enormes, falando em italiano corretamente.

— Eu sou Bruno, de família italiana, morava na Itália com meus pais quando aos doze anos, voltando da escola, fui sequestrado por três homens mascarados, que me aplicaram uma injeção e quando dei por mim, estava aqui, sozinho e abandonado, sem nada, somente com esse colchão. Estou aqui há dez anos. Diariamente converso com as paredes para não enlouquecer, conto os dias para saber o tempo que aqui estou. Durante todos esses anos, ninguém apareceu. Por favor, tenha piedade de mim, ajude-me a voltar para minha família, se é que ainda a tenho. Poço dar-lhe um abraço?

Ricardo abraçou-o emocionado, sem importar-se pelo estado deplorável em que se encontrava a pobre criatura.

Alguns tempo depois dessa singular emoção, os dois rapazes partiram na lancha de Ricardo, sem pensar nos empecilhos que passariam para conseguirem chegar ao destino almejado, atracou na primeira ilha que encontrou, comprou alimentos e água, e depois de um bom e tépido mergulho, os amigos sorrindo, sentaram-se na areia macia e comeram como dois irmãos.     


O TREM DA ALEGRIA - Do Carmo


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O TREM DA ALEGRIA
Do Carmo


Sem falhar um dia, está parado na plataforma da cidadezinha de Boa Ventura, o majestoso Trem da Alegria, nome adorado por ele mesmo, em consequência de sua fama de milagroso

Chega pontualmente às quinze horas, em meio a grande algazarra, fica esperando seus passageiros para levá-los à conquista da felicidade.

Há alguns dias ele está um pouco intrigado com uma das passageiras, que diariamente faz a viagem sem descer do trem, quando chegam ao destino ela fica alheia ao movimento dos viajantes ao descer, conversando em alta voz e quando voltam, carregados de bugigangas, comentam os conselhos recebidos para resolverem os problemas que os afligiam.

Orgulhoso de sentir-se responsável pela felicidade de tantas pessoas, fica cantarolando enquanto espera seus passageiros acomodarem-se.

Na garagem, fica ansioso até chegar algum companheiro para, ostensivamente contar as vitórias que ele ajudou a realizar.

Contudo, ele tem um sonho há muito acalentado: deslizar por trilhos de outras estradas, não necessariamente grandes metrópoles, mas de pequenos vilarejos, onde todos se conhecem e são amigos e que aplaudiriam a felicidade conquistada.

Esse trem, se tivesse oportunidade de contar as histórias que conhece sobre essas viagens, certamente receberia um premio Nobel de Colaborador da Felicidade do Povo.

E assim pensando, com o coração feliz por ter cumprido com o seu dever, adormece sorrindo, para sonhar com anjos que o protegem de acidentes.


MITO OU VERDADE - Do Carmo


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MITO OU VERDADE
Do Carmo


Há muitos anos aconteceu uma ocupação britânica ao arquipélago Faroé. Decorrente desse fato, foi construída uma escadaria ligando a praia ao vilarejo “Gasadalur”, que fica na maior ilha daquele complexo.

Contam os mais antigos do lugar, que antes de mil novecentos e quarenta, quando ainda não havia essa ligação, o único meio de ir para a praia, era caminhar contornando as montanhas. Como eram muito altas, escolhiam as menores, menos altas,  porém perigosas, uma vez que havia vários abismos nesse percurso.

Em uma dessas histórias é citado o desaparecimento de uma menina, Esther, filha do rei Kelos, quando em uma tarde de primavera, colhia flores, passeava pelas montanhas que contornavam o castelo, desapareceu e nunca foi encontrada.

Dizem que um peixe enorme, de um salto a engoliu e se escondeu no fundo do mar, entre os rochedos.

Na primavera, em noites de lua cheia, aparece um vulto vestido de branco, muito semelhante a Esther, carregando um grande buquê de flores coloridas, a mesma flor que dá volta à montanha mais alta. Esta montanha está de um lado, perto de outras montanhas formando uma pequena cordilheira e do oposto, o mar, que está constantemente revolto, com ondas atingindo o topo dos rochedos.

Há, bem próximo aos rochedos, um abismo, a encosta de uma altíssima montanha.

Nunca essa narrativa foi comprovada, alegam ser um lugar muito perigoso por seu difícil acesso.


Será um mito ou verdadeira essa história? É mais prudente não saber.

DESCOBERTA FELIZ - Do Carmo


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DESCOBERTA FELIZ
Do Carmo


Essa voz é da mamãe, seu “Olá!” é inconfundível. O papai tem a voz bem mais forte e grossa, os parentes e amigos, não conversam comigo, Ah! Essa vózinha suave, que murmura coisas lindas, Opa! agora estou ouvindo ela cantar, a canção é tão suave que vou aaaaahh! Dar uma cochilada.

O tempo passou, nasci, cresci e a vózinha continua a sussurrar suaves mensagens quando tenho alguma dúvida, quando estou em perigo, sempre com doces palavras de carinhosa amizade.

Hoje, já estou crescida, tenho seis anos. Como demorou em chegar a hora de poder ir para o Colégio. Ufa, que felicidade!

Hoje o dia foi imensamente feliz, pois a Madre Superiora fez uma palestra preparatória para as aulas de Catequese e liberou todas as alunas para assistirem, alegando ser uma iniciação espiritual.

Fiquei atenta a todas as palavras, quando Uau! De repente ela falou de um tal de Anjo da Guarda, que nos acompanha desde antes de nascermos.

Eta! Já sei de quem é o Psiu! Quando falo muito ou alto, Aiai! Quando faço algo errado e me embala com seu prolongado Chiiiiiiiii Chiiiiiiiiii Chiiiiiiiii! Para eu dormir.

Num Vapt Vupt! Batizei-o de Raio de Sol, que me aquece com carinho e ilumina a minha vida.

Como é bom ter um Amigo Celestial



AS MENINAS DA CASA VERDE! - Dinah Ribeiro de Amorim

  AS MENINAS DA CASA VERDE! Dinah Ribeiro de Amorim   José Arouche de Toledo Rendon foi uma das principais figuras do início do impéri...