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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O mistério da Ilha - Jany Patricio


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O mistério da Ilha
Jany Patricio

Naquele dia o mar estava revolto. Os cientistas australianos que procuravam a Ilha de Sandy no Mar de Coral ficaram apreensivos com a forte movimentação das ondas e resolveram retornar. Não conseguiram comprovar a existência da tal ilha, entre a Austrália e o território francês da Nova Caledônia.

        Na volta, o que os deixou intrigados foi a quantidade de cardumes de golfinhos e baleias que seguiam na mesma direção. Tiveram receio de serem atacados, porém os animais iam calmos parecendo acompanhar uma procissão.

        Peter Towned, um jovem cientista da expedição não sentiu-se satisfeito com o resultado da pesquisa. Sem comentar com os seus colegas superiores guardou consigo o desejo de refazer a viagem em outra oportunidade.

        Passados muitos anos, Peter tornou-se um renomado pesquisador em seu país e os seus feitos foram reconhecidos no mundo. Em uma ocasião foi convidado para fazer pesquisas sobre placas tectônicas no Japão. Nesta viagem foi acompanhado por seu filho Mark, que seguiu a carreira do pai.

        Certo dia, enquanto jantavam em frente ao monte Fuji, Peter tocou no assunto da Ilha Sandy. Mark viu o brilho no olhar do pai e ficou curioso e entusiasmado pela ideia de visitar a região.

        Solicitaram ao governo da Austrália autorização para a viagem, que fariam com seus próprios recursos durante as férias. Foram num Dronimóvel equipado com  instrumentos de localização que adquiriram no Japão.

        Ao chegarem próximo à região observaram o mar revolto e os cardumes de golfinhos e baleias que circulavam certo local.  Ao anoitecer, viram algo brotando vagarosamente das águas. Neste momento os animais pulavam, como se fizessem festa. Estavam agitados, porém, pareciam felizes.


        O volume que emergia no mar começou a crescer e no centro dele uma luz verde movimentava-se em círculos como um farol. Os olhos incrédulos dos aventureiros viram centenas de discos luminosos saírem do centro da elevação e vinham em sua direção. Não houve tempo para retornar.

"Navegar é preciso" - Hirtis Lazarin


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"Navegar é preciso"
Hirtis Lazarin


          Na biblioteca pessoal de Olivier dá pra contar os livros que não se referem ao "Mar, seus segredos e mistérios".

          Essa paixão nasceu cedo, aos cinco anos de idade.  Foi quando passou férias,  pela primeira vez, em praias do Oceano Pacífico.

          A imensidão azul sem fim, o embalo ritmado das ondas volumosas quebradas contra os rochedos que, valentemente,  impediam que  ultrapassassem seus limites,  a brisa leve que despenteava os cabelos, o vento forte que revirava e arrastava os guarda-sóis na areia molhada, nada escapava aos seus olhos curiosos.  E o cheiro...Ah!  Aquele cheiro fresco e salgado impregnou-se pra sempre naquela cabecinha de cabelos cacheados.

          Aos sete anos, alfabetizado,  o menino já sabia escolher os livros que gostava de ler.  Sua biblioteca crescia e as miniaturas de navios, barcos, veleiros,  jangadas também.

          Estudou Oceanografia na Grã-Bretanha, a melhor escola da Europa.  Seu passatempo preferido era mergulhar em águas profundas.  Ali encontrou o  paraíso.  Paisagens intocáveis abrigando  animais de todas as formas, tamanhos e cores, vivendo em plena harmonia.  Além do prazer, adquiria mais conhecimentos que  complementavam  seus estudos.  

           Convenhamos, Olivier  era firme e decidido, traçou objetivos e corria atrás deles.

          Depois de formado, comprou um veleiro, idealizado todos os dias de sua  vida.  Depositou nele fantasias e muita esperança.  Esperança de não só enfrentar, mas desvendar segredos e  mistérios do mar.  O óbvio não lhe interessava.

          O rapaz organizou uma pequena expedição.  Juntou um colega de estudo,  mais três homens fortes e entendidos de mar.  Cinco homens a bordo. 

           O primeiro desafio já estava traçado.  Navegariam até  Sandy Island, a "Ilha Fantasma", localizada entre Austrália e Nova Caledônia.  Aparecia em mapas náuticos mais antigos sob a forma de um polígono preto.  Mas, inexplicavelmente, despareceu sem deixar vestígios.  A intenção era mergulhar na área em busca de materiais que comprovassem se ela existiu ou não.

         Tinham data marcada para o início da viagem, um mês calculado pra se chegar ao destino e um retorno incógnito.

          Já estavam em alto-mar há vinte e oito dias.  Alguns quilômetros apenas os separavam  da  área que seria explorada.  Tudo corria dentro do previsto.  Nenhum contratempo.

             Era  noite.  Uma pintura de céu.  As estrelas eram tantas que competiam espaço.  A lua, uma bola de fogo,  clareava o convés.  Os cinco homens esparramados bebericavam, jogando conversa fora até o sono chegar.  O dia seguinte seria de muito trabalho.

          Repentinamente, o veleiro se viu envolto por denso nevoeiro.   Uma ventania chegou virando e revirando tudo.  Objetos soltos misturaram-se num emaranhado de destroços e foram tragados por ondas gigantes e raivosas que rugiam feito animal acuado.  As velas e as estruturas metálicas dos mastros retorcidas sumiram como fumaça. 

          A tormenta durou poucos minutos...Intermináveis...  O suficiente pra destruir tudo.  Desapareceu do mesmo jeito que chegou.  Inacreditável!  

          O veleiro transformou-se em pedaços de madeira assustados, flutuando em silêncio.   Serviam de apoio aos cinco homens abalados e feridos. O medo foi se exaurindo.  Ficou a perplexidade.

         "Seria um aviso?  Há algo sobrenatural neste pedaço de mar?  Fomos alertados de que o local é intocável?" 

          Olivier permanecia calado. Mas conhecendo-o como o conhecemos, ele não desistiria.  Essa era apenas a primeira tentativa de outras que viriam.   Tirou um celular à prova d'água, amarrado à cintura debaixo do colete e comunicou-se com a guarda costeira.  Agora era só ter paciência e esperar.

           E, nessa espera,  com a cabeça apoiada na madeira, Olivier resmungava baixinho: "navegar é preciso, viver não é preciso".


          As estrelas, todas estavam lá  no céu e a lua também.  Testemunhas caladas.

DICA: ONDE OU AONDE?


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Onde ou Aonde?

Onde

1.   Quanto à classe gramatical, onde pode ser advérbio interrogativo (quando usado para fazer perguntas diretas ou indiretas) ou pronome relativo (quando introduz uma oração adjetiva).

A cidade onde minha filha nasceu é linda. (pronome relativo)
Onde você colocou minha chave? (advérbio interrogativo)

Atenção: Quando onde for pronome relativo, poderá ser substituído por “em que”

2 - Quando onde indica lugar, só deve ser utilizado para indicar posição de algo ou de alguém. Portanto, deve ser usado ao lado de verbos que indiquem permanência ou estado. Veja o exemplo:
Onde você esteve até essa hora?
Até hoje não sei onde fica o hotel em que você se hospedou.

Aonde

1.   Aonde é um advérbio que, assim como onde, indica lugar. Entretanto, só pode ser utilizado como indicativo de movimento, por isso deve ser usado ao lado de verbos que indiquem esse deslocamento (ir, levar, chegar, dirigir etc.). Acompanhe os exemplos:
2.    
Aonde devo ir para resolver esse problema?

Aonde você pensa que vai?



Atenção: Como o verbo morar transmite a ideia de localização, “Aonde” NÃO pode ser usado ao seu lado.

Uma ilha fantasma. - Dinah Ribeiro de Amorim


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Uma ilha fantasma.
Dinah Ribeiro de Amorim

Omarif, conhecido pirata dos mares do sul, possui imensa fortuna em roubos de joias e dinheiro. Saques que faz em navios, cruzando grandes oceanos.

Como todo ladrão, sua grande preocupação é onde escondê-lo.

Fica sabendo da existência de Sandy Island uma ilha misteriosa,  no mar de coral entre Austrália e nova Caledônia, no Pacífico Sul. Ora aparece, ora some, coberta pelas águas, confundindo geógrafos, nos mapas.

Difícil de ser localizada! Difícil de permanecer! Interessa-se por ela, achando-a um bom lugar para esconder seu tesouro.

Empolgado, para lá navega, transportando seu valioso baú.

Com sorte, pega uma vazante na região indicada, vislumbrando a bela ilha misteriosa, de um verde cintilante, confundido com o brilho das águas ao sol.

Aportando nela, percorre-a toda, escolhendo seu centro para fazer um grande buraco. Esconde ali seu tesouro, cobrindo-o com enorme pedra.

Parte com seu ágil navio, hasteando uma larga bandeira laranja, tendo ao centro enorme caveira preta. Vai em busca de novas conquistas ou novos roubos.

Com o tempo, algumas ilhas dos mares do sul vão desaparecendo, atingidas por grandes maremotos, ondas gigantes que as afundam, auxiliadas por avalanches de pedras das montanhas adjacentes. Sandy Island é uma delas, sumindo completamente dos mapas.


Omarif, ao saber disso, furioso, soltando fogo pelas ventas, em linguagem popular, faz diversas visitas ao local, não achando mais nada. Perdeu-se o esconderijo e seu precioso baú que, ao abrir no fundo do mar, espalha moedas de ouro, diamantes, joias preciosas, entre peixinhos coloridos que se deliciam, felizes, escorregando por elas.

Quem era ela? - Hirtis Lazarin

  Quem era ela? Hirtis Lazarin     A rua já estava quase deserta. Já se ouvia o cri-cri-lar dos grilos. A lua iluminava só um tantin...