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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

PASSEIO INESQUECÍVEL - Henrique Schnaider


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PASSEIO INESQUECÍVEL
Henrique Schnaider

Era o ano de 1976, me lembro como se fosse hoje. Aquela viagem para nós, foi fantástica, um sonho dos deuses, viemos para baixada santista, emocionados, pois era a primeira vez que estávamos juntos. Uma aventura como aquela, eu desde jovem sonhava fazer juntamente com meus amigos,  e finalmente chegou o dia daquela empreitada.

Rodrigo meu amigo mais chegado, brincava comigo, dizendo que iriamos arrumar umas gatas e depois sair com elas para dar umas voltas, tomar um sorvete, ir ao circo e passear na praça em frente. Eu todo feliz imaginando as coisas que meu amigo me dizia.

A praia do tombo, era o objeto dos nossos desejos, finalmente naquele dia tornaríamos realidade, com certeza, iriamos nos divertir muito.

Todos éramos praticantes de surf, cada um tratou de trazer  sua prancha, o mar estava fantástico, estávamos deliciados, Rodrigo não largava de brincar comigo, a praia do tombo era famosa pelas ondas altíssimas, poderíamos surfar, fazer a rasgada, batida, floater, aéreo, cut back e tubo, eu olhava deliciado o mar, estava com uma fome de gente grande.

Na realidade estava, com um tremendo medo, nunca surfara em ondas tão grandes,  não revelava aos colegas a minha fragilidade. Teria que enfrentar meus monstros, conseguir supera-los.

Ed era o mais velho do grupo, com uma experiência maior, inclusive já havia participado de várias competições, o cara era o cobra da turma, enfrentava as ondas feito um peixe grande, era um verdadeiro golfinho.

Passamos horas surfando com sol a pino até ficarmos mortos de cansado, mas ninguém queria parar, realmente estávamos a fim de ficar até a boca da noite, o som das ondas arrebentando, soava para nós como uma música doce e suave.

Disse aos meus amigos, que confessaria a eles algo que não sabiam, sobre os medos que me assombravam ao pegar ondas tão fortes, feito monstros marinhos, mas agora diria que superara meus traumas.

No começo da noite, finalmente paramos para preparar, apesar da hora avançada, um almoço rustico, o cansaço tomava conta de nós.

Pedi ao Ed que usasse a câmera para nos filmar, todos estirados sem conseguir se mover, ninguém tomava  iniciativa de fazer o fogo, o mar estava simplesmente lindo como um quadro de Van Gog, nós grandes amigos olhando extasiados aquela beleza sem fim.

Hoje passados tantos anos, fico pensando como éramos audaciosos.

Nunca mais, haveria em nossas vidas, uma aventura tão linda, inesquecível, ficando para sempre em nossa memoria. 

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