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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A Aldeia de Matamata - Christianne Vieira

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A Aldeia de Matamata
Christianne Vieira

Frederico abriu os olhos assustado. Um homem baixo de expressivos olhos azuis, largo bigode grisalho. A gravata borboleta vermelha e a cartola preta lhe conferiam sua função, de guardião das terras baixas.

Matamata ficava no vale, onde a vegetação rasteira se encobria pelas tantas flores.  Há pouco tempo haviam descoberto uma grande jazida de pedras preciosas, e desde então  a população, antes pacata, se transformara em pessoas ruins, ambiciosas. As desavenças cresceram,  a todo instante a temperatura aumentava os ânimos.

Ele tinha que correr, ate a aldeia vizinha, e pedir ajuda a Dee, o mago, Senhor do conhecimento, da cultura antiga dos anciãos. O único homem capaz de reverter  a situação e restaurar a paz. Corria contra si mesmo, contra o tempo, senhor inexorável da vida, que controlava o passado, o presente e o futuro. Tinha alguma esperança em seu coração.
Frederico chegou afobado, como de costume,  derrubou a mesa do mago, jogando ao chão todas as oferendas dos Deuses.
Dee, com sua serenidade costumeira, pareceu perder  a calma, algumas labaredas subiram-lhe pelos olhos. Em instantes, a recuperou e já intuíra a razão  da visita.

O pequeno guardião relatou suas aflições, suplicou  ajuda do Livro Sagrado. Quem sabe os Deuses ainda poderiam perdoar os erros daquele povo.

Dee levou  a chaleira ao fogo, enquanto a fumaça subia ao céu azul, e as nuvens se formavam, parecia ler uma mensagem. Após alguns minutos de silêncio, o mago explicou o ocorrido.

O fim de uma Era se aproximava. Um antigo feiticeiro havia realizado uma magia negra, e profetizara essa tormenta.

Para desfazer esse feitiço, Frederico devia trazer até o mago Clarice, a bruxa . E, juntos os três, uniriam suas forcas em uma aliança. A tríplice aliança teria força suficiente para desfazer as ações do mal. Uma batalha das sombras e da luz seria travada. Deveriam manter a esperança e o coração puro. Acreditar no bem.

Tinham pouco tempo, até a próxima lua cheia encher de luz o céu.


Frederico se arrumou, tomou folego e partiu, seria uma longa jornada, mas ele deveria ser corajoso e valente, estava com o futuro de seu povo nas mãos.


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